Romance romântico

20/11/2009 22:21

Romance romântico: características e principais romancistas

 

FOLHETINS: o romance tornou-se popular no Brasil graças à leitura de folhetins, que eram seções publicadas nos jornais com histórias ficcionais de enredo com desenvolver lento, parecido com as novelas atuais. Eles eram um modo de fuga do leitor da vida cotidiana.

    Criado após os folhetins, o romance estruturou-se para que os leitores identificassem-se com os personagens.

 

CARACTERÍSTICAS

    Além das características gerais do Romantismo, os romances românticos têm entre outras particularidades:

  • Histórias de amor: As histórias românticas são histórias de amor, sentimento eleito como o principal motivo da existência humana. O amor confere sentido à vida e é a redenção-final ao término dos romances.
  • Heróis e heroínas: o herói e a heroína dos romances são belos, corajosos, intrépidos, limpos. Os que não amam são feios, mesquinhos. O romance romântico será o embate entre estes dois lados, num universo maniqueísta onde o bem luta contra o mal.
  • Individualismo, um traço burguês: a sociedade burguesa valoriza a conquista pessoal. O individualismo incorporou-se na literatura pois refletia o traço burguês de personalidade (personagens sobem de classe social) e por satisfazer o desejo da massa, que identificava-se com algum personagem.
  • Protagonistas fortíssimos: o protagonista ama um amor impossível, pois encontra dificuldades e exigências do meio. É do herói que vem a força para superar os obstáculos.
  • Casamento como fim último: o romance termina quando os personagens se casam e encontram o AMOR. Os heróis românticos, sobretudo mulheres, não podem mostrar terem sido tocados pelo desejo sexual, e sim apenas com o amor verdadeiro.

 

PRINCIPAIS ROMANCISTAS

  • Joaquim Manuel de Macedo

 É o fundador do romance brasileiro, com A Moreninha. A maior parte das histórias é no Rio de Janeiro e os personagens encontram obstáculos no caminho do amor.

 A classe social mais favorecida em seus romances é a média e nela os mais destacados são os jovens. Linguagem simples, leveza narrativa e tramas de amor e mistério traduzem um trabalho que agradou aos leitores do seu tempo.

  • José de Alencar

 Foi o principal romancista romântico brasileiro. Sua meta era formar uma literatura brasileira autêntica, sem laços com Portugal. Deixou como legado uma obra de extraordinária importância e a realização do “abrasileiramento” da literatura brasileira.

 Sua obra constitui um panorama histórico brasileiro: vai desde o mundo selvagem natural à miscigenação entre brancos e índios e desta à formação da sociedade brasileira no campo e na cidade.

 Romances: Históricos - As minas de prata; A guerra dos mascates; Alfarrábios

                 Indianistas – O guarani; Iracema; Ubirajara

                 Regionalistas – O gaúcho; O tronco do ipê; Til; O sertanejo

                 Urbanos – Cinco minutos; A viuvinha; Lucíola; Diva; A pata da gazela; Senhor d’ouro; Senhora; Encarnação

  • Manuel Antônio de Almeida

 Conheceu e ajudou Machado de Assis. Escreveu poemas de valor histórico, o drama Dois amores e um romance que tornou-o conhecido apesar de não ter sido bem-sucedido na época: Memórias de um sargento de milícias.

 O romance relata a classe pobre do Rio de Janeiro ma época de D. João VI, diferindo dos outros autores românticos. É uma obra caracturizada, que aplica linguagem diferente da época, sendo talvez esses os motivos do insucesso. É considerada uma obra parcialmente realista.

  • Romancistas regionalistas

 Dentro da perspectiva romântica de imprimir uma literatura nacional, o sertanismo foi uma forma de regionalismo cultivado como variedade cultural brasileira mais atual que o predecessor indianismo.

 Apesar das pretensões, esses romancistas apresentaram natureza e população extremamente pitorescos. Já os costumes revelaram uma vertente pré-realista.

                 Bernardo Guimarães

Apresenta “casos” da literatura oral com as técnicas narrativas dos folhetins. Suas obras teriam causado mais impacto caso o autor tivesse um senso crítico e suas personagens fossem menos idealizadas. Obras: A escrava Isaura e O seminarista.

                 Taunay

Foi o escritor de Inocência, principal romance regionalista. Quebrou barreras da literatura “bem-comportada” misturando linguagem culta com o sotaque regional; recurso utilizado com moderação.

                 Franklin Távora

Criticou os romances de Alencar, chamando-os de extremamente idealizados. Escreveu sobre a região norte-nordeste e proclamou a “independência literária” da região, tirando influência das regiões mais desenvolvidas.

Do ponto de vista crítico suas obras são fracas diante seus objetivos. São elas: Um casamento no arrabalde; O cabeleira; O matuto; Lourenço.

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